quarta-feira, 30 de junho de 2010

Lírica (134) - Efêmero

Efêmero. Sentiu a contundente verdade dessa palavra e, a partir daí, lhe afligiu estar onde estava, fazer o que fazia, pensar o que pensava. Não sorriu mais, não chorou, desdenhou dos projetos e das ambições, das mulheres e dos amores, e anos depois, quando o médico lhe diagnosticou apenas mais seis meses de vida, foi-lhe finalmente oferecida a ventura dos que se acham diante das coisas definitivas e inelutáveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário