quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Lírica (865) - Lona

É doce confessar o fracasso, quando se fez tudo e tudo que se fez foi inútil. É doce admitir a derrota, permanecer no chão e nem levantar os olhos, para que não nos exijam mais nada. É doce esperar que cessem todos os ruídos e se apaguem todas as luzes, para devagar, bem devagar, nos erguermos, quando já ninguém pode exultar com o sangue de nossos ferimentos nem achar prazeroso o lancinante gosto de nossas lágrimas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário