terça-feira, 9 de novembro de 2010

Soneto - Mare vitae

Há quanto tempo o mar que chamam vida, 
Raivoso e sem nenhuma remissão, 
Arroja minha frágil nau vencida
 Às tristes praias da desolação. 

 Há quanto tempo este desejo vão 
De calma, de consolo, de guarida, 
Ou desvia furioso furacão 
Ou torce tempestade intumescida.

 E sempre novos portos, nova gente...
 Mas eu, que a sorte com ninguém reparto,
 Prossigo sempre a intérmina jornada

 Em busca de algo, pois não tenho nada, 
Nem peito, quando chego, que me aquente, 
Nem lenço que me acene quando parto.

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