terça-feira, 9 de novembro de 2010

A gaveta (49) - Soneto do encontro

Observo o vento as árvores tocando 
E penso quantos ventos já terão 
Soprado iguais, iguais. E assim pensando
Ponho em mim o arrepio da emoção. 

Surpreende-me saber que está soprando 
Aquele vento, aquele mesmo, e não 
Um outro em outras árvores cantando, 
Em outro tempo, em outra floração. 

E atônito, e perplexo, vibra em mim
Do nosso amor todo o milagre e encanto, 
Todo seu ser estranho em ser assim, 

 Ser ele próprio, e ter querido, e ter
 Sabido nos juntar, havendo tanto
 Espaço e tempo para nos perder.

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