terça-feira, 9 de novembro de 2010

Soneto - Aurora

Meus olhos e os teus olhos nesta noite escura,
 Meus passos e os teus passos nesta trilha incerta, 
Juntos irão chorando a mesma desventura,
 Irão buscando juntos a pousada certa. 

 Ah, não te vença nunca o drama da procura,
 Ah, nunca te amedronte continuar. Desperta,
Que em algum canto dorme um ninho de ventura
 Onde espera por nós, em flores mil aberta, 

 Sorrindo, a primavera. Desperta, eu preciso 
De ti! Dá-me um abraço, acende-me um sorriso,
 Consola meu cansaço, e vamos pela estrada

 E vamos pela noite e pela vida afora,
 Que deve estar nascendo, minha triste amada, 
Na distância sombria uma límpida aurora.

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