sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Soneto do amor duvidoso

Pensaram: talvez pudessem
Da antiga crença descrer
E até dela se esquecer.
Pensaram, mas não esquecem.

E vivem assim: enquanto
Se empenham em deslembrar,
Conseguem só recordar
E reviver todo o encanto.

Talvez prossigam tentando
Negar o amor, procurando
Matar a fúlgida chama.

Irão tentar, se esforçar,
Para no fim confirmar
Que ele ainda a ama e que ela o ama.

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