domingo, 26 de dezembro de 2010

Pantomima

Envergonha-se
de haver exposto
seu sofrimento
o real e
também o fingido
buscando não
compaixão só
mas compaixão
e aplausos
e de ter tido
a pretensão de
representar seu
papel como se
fosse o de
um protagonista
de uma tragédia
de Shakespeare
quando qualquer
um na plateia
podia ver como
ele procurava
sempre
o canto escuro
do palco para
aspirar o
áspero aroma
daquela cebola
que todo
canastrão
sempre leva
no bolso

Arrepende-se
de em vez
da cebola
não ter pensado
em manter
no canto escuro
do palco um bufão
que com
uma careta
o fizesse
gargalhar
da pantomima
que foi
a história
de sua vida

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