quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

De quê?

De que me adiantará depois
te lembrares de mim
se me lembrares?

De que me adiantará
teu sorriso
se sorrires
de que me adiantarão
tuas palavras
se as disseres?

Quando podias lembrar
quando podias sorrir
quando podias dizer
ontem hoje
talvez amanhã ainda
tu lembraste
tu sorriste
tu dirás?

Julgas amáveis
as tuas unhas
e condescendente
o teu chicote

Te achas magnânima
e talvez sejas
mas de que me adiantará
tua benevolência
quando eu não puder
mais recebê-la
quando eu estiver
tão longe e tão morto
que se por milagre
pudesse ainda
receber algo
preferiria tuas unhas
no meu rosto
teu chicote
no meu lombo
e em minha alma
teu furor?

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