sábado, 9 de abril de 2011

Uma mulher

Ele morreu num dia 3
ou quem sabe num 18
ou num 25 talvez
de um longínquo mês
de um ano ímpar ou par
que já não consegue recordar

Foi há muito
muito tempo isso
e de tudo ele só guardou
que foi morto por alguém
mas não sabe como
e nem mesmo quem
por escárnio ou desdém
nesse dia o matou

Confuso agora porque
a idade tudo embaralhou
ele imagina
que tenha sido
uma dora uma aurora
uma dalva uma regina
uma mulher qualquer
de tantas que ele conhecia
e que por uma convicção descabida
jamais confirmada ou retribuída
ou por um tributo à poesia
com imutável fervor
ele chamava sempre de amor

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