sexta-feira, 15 de julho de 2011

O sol

Que bela embromação
é o sol para os idiotas

Eles o amam
o esperam
e se ele tarda
se desesperam
se exasperam
e se perguntam aflitos
se é verdade
que um dia ele faltará
se não é uma calamidade
saber que ele não brilhará
por toda a eternidade

Como lhe fazem festa
os cretinos
os madrugadores
os galos tenores
os meninos
e é de estranhar
que quando ele surge
não se ponham a berrar
por todos os lados
todos os sinos

Que alegria
para os imbecis
para as mentes juvenis
e para algumas senis
quando ele com seu bafo quente
declara inaugurados oficialmente
a manhã e o dia

E (que tristeza confessá-lo)
que despeito dá
não encher também o peito
e como os outros
os idiotas os cretinos os imbecis
os velhos e os meninos
ir também esperá-lo
e para chamá-lo
fazer berrar todos os galos
e todos os sinos.

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