quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cinco mulheres

Dos três homens, um se disse historiador, o segundo se proclamou poeta e o último assegurou ser capaz de possuir cinco mulheres em seguida, sem nenhum intervalo. A dona do lupanar sorriu e lhe disse que poderia mostrar sua façanha, desde que o fizesse ali, na sala, diante de todos os frequentadores. As mulheres seriam oferta da casa, segundo a expressão que ela usou, desde que ele as possuísse conforme havia prometido, sem pausa. Se falhasse, ainda que a falha se desse com a última, ele pagaria o preço que cabia a cada mulher. Sob aplausos, ele escolheu as cinco coadjuvantes de seu número e começou logo a se utilizar da primeira. Guinchava, arquejava, grunhia como um bicho e em vinte minutos tinha dado conta de quatro mulheres, à vista de todos. Quando, porém, se deitou sobre a quinta, caiu para o lado, como se estivesse morto. Mas não estava e, como era um cavalheiro, ao acordar desculpou-se por sua falha e pagou imediatamente o dinheiro que devia a cada uma das cinco mulheres e, isentando a quinta de toda responsabilidade por seu fracasso, declarou que talvez sua pane sexual se devesse ao fato de ela ser ainda mais bela do que as outras. Chamou por sua conta uma rodada de conhaque para todos os presentes e saiu com seus dois companheiros, sob geral admiração. Seu nome era José Batista, ou Baptista, e vinte anos depois daquela noite seu nome ainda é citado na casa de mulheres. O historiador e o poeta que o acompanhavam alcançaram renome depois, cada um em sua área, mas ninguém no lupanar, nem na cidade, guardou seus nomes.

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