domingo, 15 de abril de 2012

O amor e seu punhal

Um dia
ele voltará

Virá
mirrado
triste
e tão mudado
que na obrigação
se sentirá
de dizer
sou eu
ei sou eu
o amor
aquele que prometeu
te amar para sempre
está lembrado?

E te pedirá perdão
e dirá
que se arrependeu
e que se outra
chance lhe deres
verás como
ele está transformado
como está
melhorado

Abrirá os braços
para te abraçar
e quando
os teus tu abrires
aquela tua costela apunhalada
ainda mal cicatrizada
de novo doerá
e te avisará
que ele pode ainda
ter aquele punhal

E tu olharás
e na mão direita
dele verás
não inteiramente escondida
a mesma lâmina comprida
que um dia
procurou teu coração

Mas tu te recusarás
a acreditar
nos teus olhos
nos teus presságios
e o abraçarás
ainda que sintas
no teu ombro
só a mão esquerda dele
e adivinhes
que desta vez
(para tua desgraça
ou redenção)
a direita
não falhará.

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