quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Kama Sutra - XXX

Axilas só lhe causam comoção quando providas de pelos. Tem trinta e cinco anos e estava com doze quando, numa fazenda, viu uma lavradora robusta e já não muito jovem que desbastava capim com uma enxada. Ela usava uma camisa de mangas curtas e largas e, a cada golpe que dava, deixava à mostra a negra vegetação dos sovacos. Depois de observá-la por uns cinco minutos, ele teve uma tontura, atribuída pelos adultos ao sol. Mas sabe, desde esse dia, como o perturbam axilas femininas peludas. Só de pensar nelas tem frêmitos na espinha e, se calha de no corrimão do metrô ver num braço de mulher erguido essa riqueza que a maioria delas oculta, precisa afastar logo a visão, para que a luxúria não o enlouqueça e não lhe cause problemas, como já uma vez aconteceu. Desde os doze anos acha que as axilas femininas deveriam ter um furo, uma brecha, ainda que pequena, um orifício, uma entrada.

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