sábado, 15 de setembro de 2012

No início

Tudo é sempre bom no início

Ah, que ansiedade há
Antes do primeiro beijo,
Antes do primeiro abraço.

Por eles, o que não faremos?
Será preciso pedir? Pediremos.
Será preciso nos ajoelhar? Nos ajoelharemos.
Será necessário forçar? Forçaremos.

Mas depois do trigésimo primeiro beijo
e do sexagésimo quinto abraço
Começa a se sentir cansaço,
E onde está o ímpeto do início,
Onde aquele entusiasmo foi parar?

Tudo é sempre bom no início

Uma escalada matinal,
Sob um sol primaveril,
Com o farnel abarrotado
E cheio até a boca o cantil,
Quem haverá de recusar?

Mas quando o topo se atingiu
E abaixo se vê só o precipício,
Pergunta sempre aquele que subiu
Se para aquilo foi que subiram,
Se pensavam mesmo naquilo
Quando a escalada estava no início
E os primeiros passos iam se dar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário