sábado, 20 de outubro de 2012

A vitória do amor

A maior ventura que o amor nos concede é a de esperar por ele, implorar por ele, mortificar-se por ele. Humilhar-se por amor, ajoelhar-se, diminuir-se, anular-se, não são derrotas. Quem por amor já se humilhou, quem se ajoelhou, quem se diminuiu e se anulou sabe que são essas as vitórias que o amor, e só ele, proporciona. Dar-se inteiro a ele, sem esperar recompensa, não é uma escolha da razão. Quando o amor é desse tipo do qual falo, exige uma submissão semelhante à dos mártires místicos, e, se há esperança, não é a de que a alma seja aliviada dos seus tormentos, mas a de que estes se tornem tão agudos e lancinantes que a dor, atingindo seu limite, possa dar, a quem ama, o êxtase gozoso que a alegria jamais poderá trazer.

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