domingo, 11 de novembro de 2012

Um poema de W.H. Auden

"Hoje o inevitável aumento das chances de morrer,
A cônscia aceitação da culpa no fato do assassínio,
Hoje o dispêndio de poderes
No enfadonho, efêmero panfleto e no comício chato.

Hoje as consolações provisórias; o cigarro partilhado;
As cartas no celeiro à luz de vela e o concerto improvisado;
Os gracejos masculinos; hoje o
Abraço canhestro, insatisfeito, antes da dor.
As estrelas estão mortas, os animais não veem,

Estamos sós com o dia que nos coube, o tempo é curto e a
História um viés de derrota
Pode dizer um ai mas não nos pode absolver nem ajudar."

(Do livro "Poemas de W.H. Auden, tradução de José Paulo Paes, editado pela Companhia das Letras.)

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