quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Soneto da inutilidade

Os passarinhos chegaram,
Suas árvores escolheram
E ali ficaram, viveram.
Em mim, porém, não pousaram.

Eu de chamá-los não canso
E os frutos meus lhes ostento
E peço a ajuda do vento
E os ramos todos balanço.

É tudo inútil, porém.
Chamo, chamo, e eles não vêm.
Que sejam amaldiçoados,

Pela peste perseguidos,
Pela desgraça punidos,
Pelos gaviões devorados.

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