segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um poema de Edwaldo Cafèzeiro

"A NOVILHA

Apascentada em ruivo campo
e pardo assento plano
deposita-se, calma e gorda,
sob o sol e repasto
dos insetos...

Cavo sonho branco
de pelo e pele brancas,
recebe a tarde
e comunga
o concurso dos viços,
mugindo lento e doce.

A espera e pouso
das estrelas - enxame
tenro e morno de luz -
desce
à cabeça e à fronte

golfa e afaga,
até que, de novo,
um novo sol
retenha a calma
e desça no campo
touro e dia."

(Do livro O tempo, publicado pelo Clube de Poesia, São Paulo.)

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