sábado, 30 de março de 2013

Bom dia a...

todos, sejam quais forem as faces que vocês assumirem hoje. Tenho medo, quase vergonha, dos meus raciocínios. Sei que não sou bom nisso. Minha área é mais a das sensações, a dos sentimentos. Sinto, logo existo. Mas estive aqui pensando nessa necessidade que sentimos de saber quem somos efetivamente. Gostamos de dizer que somos afáveis ou grosseiros, determinados ou hesitantes, crédulos ou incrédulos. Estamos adultos e achamos que ser adultos é isso: sabermos nos definir, termos consciência do que somos. É o que nos vêm ensinando desde o colégio. Não sei quanto a vocês, mas eu venho sentindo a necessidade de me desviar desse trilho. Cansei de viver preso a uma personalidade. A personalidade, no fim das contas, é construída menos por nós que pela sociedade. Estou tentando sair dessa. Talvez essa rebeldia  venha do fato de, com a velhice já instalada em cada poro, eu poder a qualquer momento declarar-me afetado pela demência senil e isentar-me de tribunais. Não me importa mais, como me importou durante a vida toda, saber se pensam mal ou pensam bem de mim. Descobri que posso ser vários num dia só: lírico, romântico, pornografico, abominável, sincero, falso. Vocês talvez ainda não possam. A cada idade corresponde uma gravata. Eu vou tentando afrouxar o meu. O que tenho a perder? Velho maluco não é uma definição tão pejorativa assim. Vou às alfaces. Volto à tarde, não sei com que espírito - talvez com vários. Bom dia, boa manhã.

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