sábado, 27 de abril de 2013

Toda vez que...

... ele se abre, toda vez que ele se expõe, toda vez que puxa a alma lá de dentro e a exibe como um açougueiro mostrando à freguesa o melhor frango para o almoço de domingo, toda vez que se dilacera e se pica em mil pedaços, sente depois um cansaço enorme, mortal. Como é mais fácil mentir... Mentir requer só um sorriso e algumas palavras dessas que estão sempre nos lábios, para o gasto do dia a dia. Para extrair palavras do coração é necessário usar as mãos para trazê-las aos lábios, o que às vezes as faz vir com um pouco de sangue, e sangue é sempre considerado de mau gosto. Abrir a alma e o coração constituem uma imperdoável gafe e um desperdício de força. Ele está cansado, ele não suporta mais.

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