terça-feira, 21 de maio de 2013

Um poema de Tristan Corbière

"AVENTURA GALANTE E A VENTURA

Eu faço o ponto, quando belo vai o dia,
Para a passante que, com satisfação,
À ponta da sombrinha me fisgaria
O piscar da pupila, a pele do coração.

E acho que estou feliz - um pouco - é a vida:
O mendigo distrai a fome na bebida...

Um belo dia - triste ofício! - eu, assim,
- Ofício? - velejava. Ela passou por mim.
- Ela quem? - A Passante! E a sombrinha também!
Lacaio de carrasco, toquei-a, porém,

Contendo um sorriso, Ela espiou meus botões
E... estendeu-me a mão, e...
                                          me deu uns tostões."

(Do livro Os amores amarelos, tradução de Marcos Antônio Siscar, publicado pela Iluminuras.)

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