sábado, 31 de agosto de 2013

Um poema de Seamus Heaney

"A ILHA EVANESCENTE

Mal presumimos ter-nos encontrado para sempre
Entre as colinas azuis e essas praias sem areia
Onde passamos nossa noite esvairada em prece e vigília,

Mal colhemos madeira flutuante, fizemos lar
E penduramos nosso caldeirão qual firmamento,
A ilha quebrou-se debaixo de nós qual uma onda.

O solo a nos suster parecia manter-se firme
Somente quando o abraçávamos in extremis.
Tudo o que creio lá ter ocorrido foi uma visão."

(De Poemas, tradução de José Antônio Arantes, publicado pela Companhia das Letras.)
 

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