quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Agora que a República...

... está perdida, segundo alguns, e está salva, segundo outros, talvez se possa prestar atenção a quem sofre nos hospitais, nas escolas, em casa. Depois do alarido, talvez se possa ouvir o choro do bebê que a mãe atirou ao lixo como se fosse um modess. Talvez se possa parar para dar uns reais ao aposentado, para completar o preço do remédio, ou para que ele beba um conhaque e se esqueça da vida por meia hora. Talvez em alguma gravadora resolvam ouvir afinal a fita do rapaz pálido. Agora que a República está perdida, ou salva, talvez descubramos, depois de tanto esbravejar e cuspir lemas, que em uma República, qualquer que seja, existem pessoas que estão mais afeitas a palavras simples e que jamais entenderão, nesse palavrório todo, se estão perdidas ou salvas. Elas já tomaram o trem agora, com sua marmita, e estarão trabalhando quando tomarmos nosso primeiro gole de café.

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