quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Soneto do amor algoz

Nunca esquecerei a voz
Com que tu me censuravas
Sempre que me castigavas,
Meu amor, meu terno algoz.

Antes, e durante, e após,
Quando tu me chicoteavas
E o corpo tu me lanhavas,
Ela foi o elo entre nós.

Os ombros não me doíam,
As costas não me afligiam,
Nem o pescoço também.

Dores eram alegrias
Quando raivosa dizias
Que era só para o meu bem.

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