sábado, 21 de dezembro de 2013

Que, se um dia...

... nos reencontrarmos, façamos de conta que não nos conhecemos. Eu serei Fernando, tu serás Isadora, e nos diremos muito prazer. Que tenhamos uma hora, não mais, para conversar. Não falaremos daqueles dois que imaginamos ser. Não teremos passado, nem futuro, somente uma hora para sorrirmos como dois tontos, tomarmos um sorvete e nos despedirmos sem ter a presença de espírito de dizer o número do celular. Teremos só essa hora. Que Fernando e Isadora nos redimam e cada um de nós se lembre desse dia como só mais um dia, entre tantos na vida. Talvez seja algo que devamos em nome da paz de espírito. Fomos mortos pelo excesso de seriedade. Se pudéssemos ter sido Fernando e Isadora naquela manhã. Ah, como são bocós esses dois. Só eles conseguem sorrir por uma hora inteira. Claro que teremos a precaução de não deixar pingar sorvete - eu na camisa, tu na blusa. Nada há de nos tentar a reincidir no sentimentalismo. Guardar uma camisa, uma blusa manchadas de sorvete seria tão estupidamente piegas. Fernando não faria isso, nem Isadora.

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