sexta-feira, 25 de abril de 2014

Soneto da árvore solitária

Os passarinhos chegaram,
Suas árvores escolheram
E ali ficaram, viveram.
Em mim, porém, não pousaram.

Eu de chamá-los não canso
E os ramos meus lhes ostento
E peço a ajuda do vento
E os frutos todos balanço.

É tudo inútil, porém.
Chamo, chamo, e eles não vêm.
Que sejam amaldiçoados,

Pela peste perseguidos,
Pela desgraça atingidos,
Pelos gaviões dizimados.

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