sábado, 17 de maio de 2014

"Shiloh, um réquiem", de Herman Melville

"Flutuando levemente, descrevendo círculos,
   Pairam as andorinhas
Sobre o campo em dias nublados,
   O campo da floresta em Shiloh -
Sobre o campo onde a chuva de abril
Confortou corpos ressequidos em sofrimento
Ao longo da pausa da noite
Após o combate de domingo
   Em torno da igreja de Shiloh -
A igreja solitária, de troncos feita,
Que para tantos ecoou lamentos de despedida
   E sinceras preces
   De adversários moribundos ali se confundiram -
Adversários ao amanhecer, amigos ao crepúsculo -
   Fama ou país pouco lhes importa:
(Tal como uma bala pode enganar!)
   Mas agora no solo jazem
Enquanto as andorinhas sobre eles flutuam,
   E o silêncio se instala em Shiloh."

(De Poemas de Herman Melville, tradução de Mário Avelar, publicação da Assírio & Alvim, Lisboa.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário