terça-feira, 29 de julho de 2014

Soneto da desnecessidade do amor

Se a cama geme e balança,
Se a carne ferve e palpita,
Se o sexo, quando se excita,
Do seu labor não se cansa.

Se a mulher de prazer grita,
Festiva como uma criança,
E dentro dela o homem lança
A insana febre que o agita,

Quem há de o amor invocar,
Quem dele irá precisar,
Se tudo corre tão bem?

Se quer participação,
Que o amor enxugue o colchão
E o lençol limpe também.

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