segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"Minha poesia", de Tadeusz Rozewicz

"não justifica nada
não explica nada
não renuncia a nada
não abarca o todo
não realiza a esperança

não cria novas regras de jogo
não participa da festa
tem lugar circunscrito
que precisa preencher

se não é fala esotérica
nem fala original
se não espanta
está claro que assim é preciso

é obediente à própria fatalidade
suas próprias possibilidades
e limitações
perde para si mesma

não entra em lugar de outra
nem por outra pode substituir-se
aberta para todos
privada do mistério

tem muitas tarefas
que nunca poderá cumprir."

(Da coletânea Quatro poetas poloneses, publicada pelo Governo do Paraná, com apoio do Consulado Geral da República da Polônia e do Ministério da Cultura da República da Polônia.)

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