sábado, 16 de agosto de 2014

Um poema de Li Qingzhao

"Parou o vento. Até a poeira é perfumada.
Já é tarde. Não me apetece pentear-me.
As coisas estão aqui mas ele o homem não - tudo acabou.
Quero falar - mas correm-me as lágrimas.
Ouvi dizer que no Regato Duplo é ainda primavera.
Gostaria de ir até lá andar numa barca leve
Mas tenho receio que barca tão frágil
Não suporte o peso de tanto sofrimento."

(De Uma antologia de poetas chineses, tradução de Gil de Carvalho, publicação da Assírio & Alvim, Lisboa.)

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