sábado, 13 de dezembro de 2014

"O terno e perigoso rosto do amor", de Jacques Prévert

"O terno e perigoso
rosto do amor
me apareceu numa noite
depois de um dia muito comprido
Talvez fosse um arqueiro
com seu arco
ou ainda um músico
com sua harpa
Não me lembro mais
Nada mais sei
Tudo o que sei
é que ele me feriu
talvez com uma flecha
talvez com uma canção
Tudo o que sei
é que me feriu
feriu aqui no coração
e para sempre
Ardente muito ardente
ferida de amor."

(Do livro Poemas, tradução de Silviano Santiago, publicado pela Editora Nova Fronteira.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário