segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Soneto do mastro amaldiçoado (versão final)

Disse que se chamava Doroti.
Depois de bolinar-me numa esquina
E de autoproclamar-se ainda menina,
Me pediu que a comesse em pé, ali.

Era feia como uma triste sina,
Mais feia que ela nunca conheci,
E me mandava põe aqui, põe aqui!,
Com a voz insuportavelmente fina.

Me dizia vem, vem, meu marinheiro,
Eu te dou por amor, não por dinheiro,
Vem com tudo, meu bem, não sejas mau.

Não a querendo grátis e nem paga,
Fugi dela, e ela, então, rogou-me a praga
Que mantém o meu mastro a meio pau.

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