sexta-feira, 21 de agosto de 2015

"Terno de vidro sem gravata e licença poética", de Renato Vieira Ostrowsky

"Quando nasci, um anjo errante,
desses sem bússola nem direção
disse: vai cara, ser ignorante.

Não aceitei o mister me revoltei
minha mãe alinhavou o meu destino
e, no escuro, plantou em mim,
o sonho de menino.

Alguém me apresentou ao Dicionário
eu me embrenhei nas palavras
levei uma surra de fonemas e sintaxes
com metáforas bordei minha estrada.

Vesti meu terno de vidro
exerci minha opaca transparência
me apaixonei pela vida
bradei meu grito de independência."

(Do livro Opaca transparência.)

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