sexta-feira, 11 de setembro de 2015

"Canícula", de Adélia Prado

"Ao meio-dia, deságua o amor,
os sonhos mais frescos e intrigantes;
estou onde estão as torrentes.
Ao redor da casa grande espaça um quintal sem cercas,
tomado de bananeiras, só bananeiras,
altas como coqueiros.
Chego e é na beira do mar encrespado de correntezas,
sorvedouros azuis.
Há um perigo sobre faixa exígua
que é de areia e é branca.
Quero braceletes
e a companhia do macho que escolhi."

(Do livro Poesia reunida, publicado pela Editora Siciliano.)

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