domingo, 3 de janeiro de 2016

Soneto do amor e sua cúmplice

O amor tem as costas largas
E, ansioso por se culpar,
Assume, sem se queixar,
Nossas perdas mais amargas.

Sobre ele nós despejamos,
Além de nosso desprezo,
Todo o insuportável peso
Das coisas em que falhamos.

Por ele é que nós não fomos,
Por ele é que nós não somos
Shakespeare nem Baudelaire.

O amor, eterno culpado,
É quase sempre auxiliado
Por uma bela mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário