quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Oh, céus

Tomou um bico amoroso e, como foi formado na escola romântica, amuou-se, ensimesmou-se, enrodilhou-se como um cãozinho rejeitado. Se querem consolá-lo, recusa. Não lhe deem água e comida. Não as quer. Geme num canto, no outro, em todos. Pode haver sofrimento igual? É preciso anotar o que ele diz.  Pode ser valioso, imaginaram. Anotaram, e foi isto só: oh, Deus, oh, destino, oh, sorte cruel! Juntaram tudo em três linhas. Não chegam a ser um poema. Melhor seria ter gravado os ganidos.

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