quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Soneto da mão recompensada

Ele, olhando agora a mão
Com que no rosto a afagou,
Com que no corpo a tocou
Com febre, pressa e paixão,

E, lembrando como a amada
A beijava ternamente
Pagando assim o presente
De ser tão bem manuseada,

Beija-a como se outra vez
Tudo que outrora a mão fez
Tivesse se reprisado

E como se a boca sua
Fosse a da amada que, nua,
Pagasse o gozo gozado.

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