sexta-feira, 1 de abril de 2016

Soneto em que mais uma vez se amaldiçoa o amor

Abraçado ao meu rancor,
Deitei-me na cama fria
E, triste com o que dizia,
Maldisse o nome do amor.

Senti-me falso, farsante,
Eu, que do amor tinha sido
Parceiro tão decidido
E tão dedicado amante.

Mandei-o ao diabo, ao inferno,
Mas logo, em meu tom mais terno,
Chamei-o de amor amado.

Assim calei a razão,
Como se fosse eu, e não
Somente o amor o culpado.

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