sábado, 24 de setembro de 2016

Tanto amor

Que olhos, os dela. Duas jabuticabonas. Os cabelos? Seda. Parece que sinto ainda o formigamento dos fios de ouro aqui, entre os dedos. Cinco anos depois... E a boca? Vou lhe dizer. Parecia uma fruta. Doce, doce. E os dentes... Ah, os dentes! Tão lindos. Olhe aqui a minha mão. No dia da separação, ela ficou com raiva de mim e me mordeu bem aqui. Está vendo? Não, a mordida não foi muito forte. Eu é que nesses cinco anos não paro de me beijar aqui, de me morder aqui, onde os lábios dela estiveram. Ah, você não imagina como eu amei aquela mulher.

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