sábado, 10 de dezembro de 2016

De Henri-Frédéric Amiel, sobre os livros e as mulheres

"Os livros e as mulheres, tive eu acaso outros refúgios? Mas coube-me procurar os livros, e foram as afeições femininas que me procuraram. Que é que eletriza, consola, vivifica, abençoa, inspira, aconselha, encoraja como uma mulher? Que é que alivia, reanima, ampara, cura, acalma o corpo sofredor ou doente, ou o espírito perturbado, como a voz, a mão, o hálito ou o olhar de uma mulher amante? Quando penso em tudo o que devemos ao sexo feminino, fico emocionado; quando penso em tudo quanto podemos fazê-lo sofrer, fico perturbado; quando penso em tudo quanto nele dormita e pode florescer sob a influência viril, experimento uma espécie de entusiasmo, sinto que um mundo novo dorme oculto no seio da mulher, e que uma humanidade mais bela, melhor, mais heroica do que a nossa poderá nascer, quando o homem for digno de engendrá-la."

(De Diário íntimo, publicado pela É Realizações Editora, Livraria e Distribuidora Ltda.)

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