sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Soneto da nossa inutilidade

Nós somos todos inúteis.
Inteiros nos dedicamos,
Nos demos, nos entregamos
A causas tolas e fúteis.

Nos ocupamos de rosas
E foram nossas paixões
Os sonhos, as abstrações
E as concepções fantasiosas.

Enquanto assim nós vivíamos
E em ócios nos consumíamos,
Sem humana meta, ou fim,

Homens aos montes sofriam,
Homens aos centos morriam,
Em Cabul, Teerã, Bombaim.

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