domingo, 26 de fevereiro de 2017

Início de "O voo da rainha", de Tomás Eloy Martinez

"Por volta das 11 horas, como todas as noites, Camargo abre as cortinas da sala na rua Reconquista, coloca a poltrona a um metro da janela para que a penumbra o proteja e espera que a mulher entre em seu campo de visão. Às vezes ele a vê passar como uma rajada pela janela em frente e desaparecer no banheiro ou na cozinha. Do que ela mais gosta, porém, é de postar-se diante do espelho do quarto e despir-se com suprema lentidão."

(Editora Objetiva.)

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