quinta-feira, 1 de junho de 2017

"Beleza e verdade", de Emily Dickinson, tradução de Manuel Bandeira

"Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade
Era depositado no carneiro contíguo.

Perguntou-me baixinho o que me matara:
- A beleza, respondi.
- A mim, a verdade -é a mesma coisa,
Somos irmãos.

E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo,
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes."


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