terça-feira, 6 de junho de 2017

"Soneto", de Jorge de Lima

"Essa pavana é para uma defunta
Infanta, bem-amada, ungida e santa,
E que foi encerrada num profundo
Sepulcro recoberto pelos ramos

De salgueiros silvestres para nunca
Ser retirada desse leito estranho
Em que repousa ouvindo essa pavana
Recomeçada sempre sem descanso,

Sem consolo, através dos desenganos,
Dos reveses e obstáculos da vida,
Das ventanias que se insurgem contra

A chama inapagada, a eterna chama
Que anima esta defunta infanta ungida
E bem-amada e para sempre santa."

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