quarta-feira, 12 de julho de 2017

Início de "Eugênia Grandet", de Honoré de Balzac

"Há, em certas cidades de província, casas cuja vista inspira uma melancolia igual à que provocam os claustros mais sombrios, as charnecas mais desoladas ou as ruínas mais tristes. Talvez haja a um tempo nessas casas o silêncio do claustro, a aridez da charneca e as ossadas das ruínas; a vida e o movimento, ali, são tão tranquilos que um forasteiro as julgaria desabitadas, se não topasse de súbito com o olhar mortiço e frio de uma pessoa imóvel, cujo rosto quase monástico surge na janela ao rumor de um passo desconhecido."
(Tradução de Moacyr Werneck de Castro, Editora Abril.)

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