sábado, 11 de agosto de 2018

"A verdade que os mortos conhecem", de Anne Sexton

"Acabou-se, digo e me distancio da igreja,
Recusando a rígida procissão até a sepultura,
Deixando os mortos viajarem sós no carro fúnebre.
É junho. Estou cansada se ser valente.

Dirigimos até o cabo. Eu me desenvolvo
Onde o sol goteja no céu,
Onde o mar se agita como um portão de ferro
E nos comovemos. Em outro país, pessoas morrem.

Querido, o vento desaba como pedras
Das águas calmas e quando nos tocamos,
Penetramo-nos inteiramente. Ninguém está sozinho.
Os homens matam por isso ou por algo mais.

E o que acontece com os mortos? Jazem sem sapatos
Em seus barcos de pedra. Eles são mais parecidos com pedras
Do que o mar seria se fosse suspenso. Eles recusam
Ser abençoados, garganta, olho e nó dos dedos."
(Tradução de Dalcin Lima.)

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