quinta-feira, 18 de julho de 2019

Soneto das prerrogativas do amor

Amor, quem há de salvar-nos,
Quem há de nos resgatar
Do fundo escuro do mar,
Se quiseres afogar-nos?

Amor, quem há de livrar-nos,
Quem vai ao fogo rogar
Que as chamas venha abrandar,
Se tu quiseres matar-nos?

Não seremos nós, amor.
Deve o servo resistir
À vontade do senhor?

Podes fazer-nos sofrer,
Nos supliciar, afligir,
Podes fazer-nos morrer.

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