quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Soneto do velhote repentinamente aceso

Hoje o velhote acordou
Tão lépido e entusiasmado
Que, surpreendido, pensou:
O que teria mudado?

A mão na calça pousou
E enrubescido, afogueado,
De novo se perguntou:
Tudo teria voltado?

Assim iludido enquanto
Perdura o imprevisto encanto,
Mantém sobre a calça a mão

E com a outra lentamente,
Quase voluptuosamente,
Molha no chá quente o pão.

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