quinta-feira, 2 de julho de 2020

A fúria do criador

O poeta anda ranzinza. Cisma com tudo e com todos. Se um verso lhe sai mal, a culpa é do gato; se um verso não lhe sai bem, a culpa é do cachorro. Hoje cedo, queixou-se do frio: cadê esse sol, que não chega nunca? Quando saiu para a caminhada matinal, logo no quarto ou quinto passo ergueu o punho rancorosamente: para de me seguir, velho. (O velho era o sol, que tinha resolvido aparecer.)

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