segunda-feira, 6 de julho de 2020

Soneto da (im)perfeição

Um soneto não deve ser bem-feito.
Que possa, aquele que quiser fazê-lo,
Fazê-lo com tal brilho, com tal zelo,
Que ele seja, no mínimo, perfeito.

Que seja feito de tal forma e jeito
Que, se tentar alguém escarnecê-lo,
Só consiga, ao querer desmerecê-lo,
Dizer que peca por não ter defeito.

Que sejam sólidos os seus quartetos,
Que firmes saibam ser os seus tercetos
E majestoso e belo o seu final.

Que nele haja rigor, primor e classe,
Como se nele o poeta retratasse
A mulher mais formosa e o amor ideal.

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